“Suor e Sacrifício é uma alusão ao que é viver de punk rock no Brasil”, diz Badauí sobre novo disco do CPM 22
29 de maio de 2017
Suor e Sacrifício, lançado em abril, é o primeiro disco de inéditas em seis anos da banda veterana CPM 22, que não soltava um álbum desde Depois de um Longo Inverno (2011). O título, além de fazer parte da letra de “Conta Comigo”, quarta faixa do álbum, é também uma representação da realidade da banda. “É uma alusão ao que é viver de punk rock no Brasil, ainda mais nos dias de hoje”, diz Badauí, vocalista.
O grupo, que está há 22 anos na estrada, coleciona uma legião de fãs que sempre se manteve fiel e apoiou os trabalhos do grupo. Segundo o músico, eles são os responsáveis por o CPM conseguir se manter “livre” nas composições e ativo no mercado. “O punk rock está difícil, não tem tanta divulgação como já teve. As rádios e as emissoras não dão mais tanta abertura para as bandas mais alternativas, com postura underground. Mas a gente conquistou um público que nos ajuda a superar qualquer tempestade.”
Em março, “Ser Mais Simples” foi o single responsável por antecipar o sétimo disco da discografia regular da banda. A música, que fala sobre superação, foi escrita por Philippe Fargnoli, que, em 2014, deixou o Deadfish para integrar o CPM.
“A gente já pensava no Phil na banda há muitos anos”, confessa Badauí. “Quando ele entrou, ficamos muito próximos”, continua. “Ele morou em casa por uns seis meses, o que fez a gente criar uma afinidade musical enorme. Um dia eu cheguei e ele tava tocando a base de ‘Ser Mais Simples’. Desde então eu soube que esse seria o primeiro single do disco.”
Além de Fargnoli e Badauí, o CPM é atualmente formado por Japinha (bateria e vocais), Luciano Garcia (guitarra) e Fernando Takara (baixo). Criado em 1995, o grupo carrega fortes influências do punk rock norte-americano dos anos 1990. O novo disco traz a participação de um dos grandes expoentes desse movimento. Trever Keith, vocalista da banda californiana Face to Face, participa da música “Never Going To Be The Same”, única do álbum que tem letra em inglês. “Foi como cantar com um ídolo, mas o mais legal é ver que um cara que foi referência para você agora te reconhece como um artista que está no mesmo patamar que ele”, diz Badauí sobre a parceria.