PARABÉNS, MR. DICKINSON

8 de agosto de 2018

O frontman do Iron Maiden faz 60 anos e tem biografia lançada por aqui – com capítulo dedicado ao Brasil 

Por Carlos Eduardo Oliveira

Hoje, 7 de agosto, um certo Paul Bruce Dickinson assopra sessenta velinhas. No caso dele, sabemos que doses da “síndrome de Dorian Gray” (Google, galera!) fazem este senhor se transformar a cada noite em que pisa o palco com seus colegas do Iron Maiden.

Cantor, letrista, esgrimista, piloto de aviação, apresentador de rádio, empresário, palestrante (CEOs de grandes empresas e interessados em geral fizeram de sua recente passagem pelo Brasil um megassucesso), cervejeiro profissional (sim, é ele quem assina a The Trooper, a cerveja do Maiden)…. E, agora, escritor. Acaba de chegar às prateleiras Para Que Serve Esse Botão?, a autobiografia do artista (Editora Intrínseca, R$ 25).

Se o título é meio esquisito, dentro, Bruce entrega o que promete. Em mais de 300 páginas rabiscadas por ele mesmo, o cantor tece com muito ritmo um retrospecto honesto e bem sacado de sua vida e sua trajetória à frente do Maiden.

Em capítulos curtos, que apetecem a leitura, não faltam histórias de bastidores saborosíssimas sobre as entranhas do Maiden. Um olhar interior nunca antes lançado por nenhum integrante do grupo.

O Brasil também está presente. O capítulo “Os Meninos do Brasil” é praticamente um agradecimento do autor ao fato de o lendário show da banda no Rock in Rio I de 1985 haver descortinado um universo (América do Sul) até então completamente desconhecido para o grupo, e que posteriormente se tornaria seminal em sua trajetória (“Foi um show que nos abriu as portas de um continente inteiro da noite para o dia”).

Como esperado, Dickinson destila em suas linhas o velho humor inglês. “O Rock in Rio, o primeiro, foi nota dez em tudo. Antes dele, jamais ouvira falar de uma companhia aérea chama Varig. Não fazia ideia onde era a praia de Copacabana, o Corcovado ou o Pão de Açúcar. Nunca fora apresentado à Garota de Ipanema, nem à caipirinha. E Brahma, para mim, era um monge indiano”, brinca.

“Cedo descobri que se não tentasse fazer outras coisas, seria para sempre apenas um cantor de rock”, costuma dizer Dickinson, em relação a seu perfil multifacetado. Ao ler Para Que Serve Esse Botão?, entende-se um pouco mais a inquietação do rapaz.

Obs: para celebrar hoje com Bruce, recomenda-se a audição de “Born in 58”, uma das melhores faixas de seu primeiro esforço solo, o ótimo Tattooed Millionaire, lançado em 1990.

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