O Homem Que Caiu na Terra retorna aos cinemas
13 de janeiro de 2017
Estes últimos dias pertenceram a David Bowie. No dia 8, o astro foi celebrado pelos 70 anos que completaria se estivesse vivo. Já em 10 de janeiro, o planeta lembrou que ele havia morrido havia exatamente um ano. Para fechar a semana Bowie, ele volta à tela grande a partir desta quinta, 12, com O Homem Que Caiu na Terra, o polêmico e cultuado filme que Bowie estrelou em 1976 e que foi dirigido por Nicolas Roeg. As cópias foram remasterizadas e o filme está na íntegra, com 138 minutos – basta lembrar que ele circulou em muitas versões cortadas e editadas, especialmente nas cenas de sexo e nudez. O filme será exibido em locais e datas específicas – veja a grade abaixo.
No filme, Bowie vive Thomas Jerome Newton, um misterioso homem de negócios supostamente inglês que vai aos Estados Unidos e fica milionário ao fabricar e patentear uma série de engenhocas incomuns. Na verdade, Newton é um humanoide que veio de um planeta distante, fugindo de uma terrível seca que devastou o local e matou sua mulher e filhos. Com a fortuna que acumulou com sua empresa World Enterprises Corporation, ele pretende construir uma espécie de nave espacial que possa levar água da Terra para o local de onde veio. Tudo vai dando certo conforme o planejado, mas o alienígena perde o passo ao começar a se “humanizar”.
Quando vai a negócios para o Novo México, ele se envolve com uma funcionária de hotel emocionalmente carente chamada Mary-Lou (Candy Clark). Ela bagunça a cabeça do impassível criatura e apresenta a Newton tentações das quais ele não consegue se livrar: sexo e álcool. Newton começa a experimentar as contradições e complexidades dos humanos ainda mais depois que passa a ter como mentor o engenheiro e professor desiludido Nathan Bryce (Rip Torn). O governo norte-americano também ajuda na derrocada de Newton ao começar a investigá-lo. Afinal, quem seria aquele ser misterioso fazendo tanta confusão, mexendo no status quo do mundo corporativo e ainda se intrometendo no programa espacial?
Desde que lançou o hit “Space Oddity”, em 1969, e quando criou Ziggy Stardust, em 1972, Bowie sempre pareceu incorporar a persona do ser de outro planeta vagando no espaço ou então perdido na Terra. Quando filmou O Homem Que Caiu na Terra, o músico estava na fase que chamou de “O Duque Branco Magro”. Bowie estava mergulhado nas drogas, esquelético e pálido. Este visual de decadência chic conferiu ainda mais autenticidade para ele que vivesse o visitante de outro planeta. Mas independente do visual andrógino de Bowie, que é adequado ao filme, é preciso lembrar que ele era um dos poucos cantores de rock que realmente sabiam interpretar. O personagem dele é curioso, alienado, vulnerável e trágico, mas nunca perde a áurea cool. Com seu cabelo laranja e movimentos teatrais, Bowie preenche a tela com uma presença que não é facilmente esquecida. Claro, a presença dele é o maior chamariz para os fãs, mas o elenco de apoio, com nomes não muito lembrados hoje, também acrescenta bons momentos a este filme incomum.
Quando foi lançado, O Homem Que Caiu na Terra recebeu várias críticas negativas. Os detratores apontavam que o filme era uma daquelas alegorias auto-indulgentes remanescentes da contracultura. Alguns escreveram que ele não tinha sentido e que era muito longo. Mas visto sob uma perspectiva de 40 anos depois, a obra se sustenta não só como curiosidade. Ela se mantém relevante ao tratar de temas como o esgotamento de recursos naturais e a ingerência governamental em assuntos particulares. Apesar do ritmo em alguns momentos se mostrar mais contemplativo e da narrativa não ser linear, especialmente no terceiro ato, o filme também traz um pouco da paranoia e alienação dos anos 1970.
O visual delirante e repleto de cores explosivas criado pelo diretor de fotografia Anthony B. Richmond se destaca, assim como a trilha sonora. O escore foi escrito por John Phillips (ex-The Mamas and The Papas). O Homem Que Caiu na Terra é uma verdadeira experiência e vivê-la na telona é melhor ainda.
Saiba onde ver O Homem Que Caiu na Terra.
São Paulo
Espaço Itaú Frei Caneca
Sala 5: 19h10
Caixa Belas Artes
Sala 1: 21h00
Circuito SPCine – Cine Olido
Dias e horários
12/01 (quinta-feira): 19h00
13/01 (sexta-feira): 19h00
14/01 (sábado): 19h00
15/01 (domingo): 18h00
17/01 (terça-feira): 19h00
18/01 (quarta-feira): 19h00
Rio de Janeiro
Espaço Itaú Botafogo
Sala 1: 21h00
Instituto Moreira Salles
Horário: 15h00 – 19h30
Cine Odeon
Horário: 18h00
Estação NET BarraPoint
Sala 2: 21h00
Recife
Cinema da Fundação Casa Forte
Dias e horários
12/01 (quinta-feira): 17h15 – 19h50
13/01 (sexta-feira): 14h00 – 19h50
14/01 (sábado): 14h50 – 19h50
15/01 (domingo): 17h15 – 19h50
17/01 (terça-feira): 14h00
18/01 (quarta-feira): 19h50
Cine São Luiz
Horários a confirmar
Brasília
Espaço Itaú Brasília
Sala 4: 21h00
Cine Brasília
Horário: 15h00
Belo Horizonte
Cinema Belas Artes
Sala 1: 16h30
Porto Alegre
Espaço Itaú Porto Alegre
Sala 8: 18h40
Niterói
Cine Arte UFF
Horário: 21h10