Novo falso sequestro em Curitiba foca em crianças e adolescentes para obter dados da família
25 de abril de 2017
Uma nova formulação de um antigo golpe de falso sequestro acendeu o alerta da Polícia Civil em Curitiba. Em três dias da semana passada, três casos de falsos sequestros remotos, feitos pelo telefone, foram registrados em Curitiba e Região Metropolitana – dois na capital e um em Pinhais. Os criminosos ligam para uma residência em busca de crianças e adolescentes afirmando que sequestraram seus pais e que, se as suas instruções não forem seguidas, eles podem morrer.
“Com essas ameaças, eles acabam conseguindo tirar dados da criança, com o nome dos pais e o telefone de um deles”, explica o delegado titular do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) da Polícia Civil do Paraná, Luis Fernando Viana Artigas Júnior. Com os dados dos pais da vítima, eles exigem que ela saia de casa e vá para alguma praça próxima e que desligue o celular com a ameaça de que a residência estaria sendo vigiada. “A vítima acha que está salvando a vida dos pais e acaba fazendo exatamente o que os criminosos mandam”, conta.
Com os dados dos pais da criança ou adolescente, os criminosos entram em contato, dizendo que sequestraram a vítima e solicitam uma quantia entre R$ 1 mil ou R$ 2 mil seja depositada em uma conta bancária. “O valor é baixo porque assim eles consegue atingir uma grande parte da população”, explica o delegado. Ainda de acordo com Artigas Júnior, existe a possibilidade de que essas ligações sejam realizadas de presídios não apenas do Paraná, mas de outros estados. As contas em que o dinheiro é depositado normalmente pertencem a laranjas. “Agora é esse tipo de investigação que estamos conduzindo”, afirmou o delegado do Tigre.
A nova modalidade é mais aprimorada na opinião do delegado. “Antes os criminosos atiravam no escuro, agora fazem um jogo psicológico bastante eficiente com as vítimas”, afirmou.
Como se proteger
De acordo com o delegado titular do Tigre, as dicas para se proteger são básicas, mas bastante eficientes quando se trata desse tipo de crime. Artigas Júnior afirma que nunca se deve fornecer qualquer tipo de informação para desconhecidos – nem mesmo o nome. Segundo o delegado, também é importante nunca desligar o celular, mesmo que os criminosos façam essa ameaça. Para a família, a dica é não se desesperar e tentar entrar em contato com o familiar ou com outros parentes. Além disso, de acordo com Artigas Júnior, em hipótese alguma deve-se fazer o depósito solicitado. “Fazendo o depósito e família vai perder o dinheiro sendo que o família pode estar sumido e não sequestrado”, destacou.
Além disso, todas as pessoas que receberem este tipo de ligação devem registrar um boletim de ocorrência e informar ao Tigre para que as investigações continuem.