KASABIAN: SHOW ÚNICO (E IMPERDÍVEL) NO BRASIL
25 de setembro de 2018
Terceira passagem do quarteto inglês pelo país é restrita apenas a São Paulo
Por Carlos Eduardo Oliveira
Pela “estatura” do grupo, era de se esperar um pouco mais de merecido “barulho” em torno do show único que os britânicos do Kasabian realizam em São Paulo, no Credicard Hall, no próximo domingo, dia 30.
A apresentação, que sucede shows no Chile e em Buenos Aires (dias 25 e 27), acontece após o adiamento da data, em Maio último, ocasião em que o show anunciado para o Rio de Janeiro foi cancelado.
É a terceira passagem do quarteto de Leicester pelo país, após o Lollapalooza de 2015, e a épica “première” com show memorável no extinto Planeta Terra Festival, em 2007 – em 2012, no mesmo evento, o grupo cancelou sua apresentação devido a problemas de saúde do guitarrista Sergio Pizzorno, que sequer embarcou para o Brasil.
O presente giro pela América do Sul vem na esteira do elogiado For Crying Out Loud (2017). Com meia dúzia de álbuns na bagagem em mais de duas décadas de carreira, o Kasabian construiu um respeitável caminho sem precisar atingir o, digamos, nirvana do rock alternativo. Na verdade, até o consagrador Live!, de 2012, gravado em duas noites numa O2 Arena entupida de gente, em Londres, uma certa aura de underdog (“zebra”), de banda que desponta bem mas “não chega lá”, ainda pairava sobre os rapazes. O CD/DVD captura com precisão o poder de fogo da banda em cena.
(“Underdog”, não por coincidência, é o megahit que abre West Ryder Pauper Lunatic Asylum, de 2009, o terceiro – e bom – trabalho do grupo).
“Bem, sempre teve aquele negócio de chamarem a gente de ‘banda de turminha adolescente’”, relativizou o carismático Sergio Pizzorno, membro fundador (com o vocalista Tom Meigham e o baixista Chris Edwrads), em recente entrevista ao britânico New Musical Express. “Com o tempo, você meio que aprende a conviver com isso e ver o lado engraçado da coisa. O que é bom, e até ajuda. Quando te subestimam, e você faz uma coisa que tem profundidade, aí as pessoas falam: ‘nossa, não sabia que eles eram capazes disso’”.
E, ressalte-se, For Crying Out Loud sucede o aclamado (pela crítica) 48:13, de 2014, produzido pelo próprio Pizzorno, principal letrista do time, que também atua como segundo vocalista em várias passagens dos shows do Kasabian.
Em tempo: nunca é demais lembrar que o nome do grupo vem de uma das seguidoras (Linda Kasabian) do madman Charles Manson, infame por seus crimes que chocaram os EUA, no final dos anos 60, em Los Angeles.