Black Sabbath: contagem regressiva
29 de novembro de 2016
por Carlos Eduardo Oliveira
Rolling Stones no auge como os grandes vinhos, Guns’n’Roses em formação original, Aerosmith ainda botando pra quebrar… 2016 tem sido pródigo em grandes turnês roqueiras de passagem pelo Brasil. Entretanto, toda a reverência é pouca na semana em que o Black Sabbath vem ao país a bordo de sua “The End Tour”, possivelmente a última da fantástica carreira da banda. Na quarta-feira, dia 30, todos os caminhos levam à Pedreira Paulo Leminski.
Basta conferir o setlist: ao contrário da “Reunion Tour” de 2013, dessa vez Ozzy Osbourne, o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler, o núcleo central da banda, acompanhados do baterista Tommy Clufetos, privilegiam apenas seu material essencialmente jurássico, aquele que fez a fama mundial do grupo como os “pais” do que se convencionou chamar de heavy metal.
Das treze músicas do show – a “perna” sul-americana, Porto Alegre inclusa, tem sido cirúrgica, sem qualquer alteração, noite após noite –, três são do apocalíptico álbum homônimo de estreia, inclusive a que abre o disco (e o show): “Black Sabbath”, “Behind the Wall of Sleep” e “N.I.B.”; de Paranoid, o segundo petardo, saltam “War Pigs”, “Rat Salad”, “Fairies Wear Boots”, “Iron Man” e a icônica faixa-título; de Master of Reality entram “After Forever”, “Into the Void” e, óbvio, “Children of the Grave”. Quer mais? “Snowblind” (de Volume 4).
Tecnicamente, apenas canções dos quatro primeiros clássicos álbuns, a fase de ouro do quarteto britânico. De quebra, “Dirty Women”, extraída de “Thechnical Ecstasy” (1976). Falamos aqui do período entre 1970 e 1972, quando a banda deu à luz a quatro álbuns – nem o emblemático Sabbath Bloody Sabbath (1973) entra na jogada! Setlist mais generoso, impossível.
Por tudo isso, a chance é histórica, a não ser perdida. Após Curitiba, o giro dos segue para o Rio de Janeiro, na Praça da Apoteose, na sexta-feira, 02 de dezembro. E fecha o ciclo no estádio do Morumbi, no domingo, dia 04. Um oportuno “black Friday” de ingressos movimentou mais ainda as aguardadas apresentações, mas ainda há bilhetes disponíveis nas praças, inclusive para Curitiba.