Curitiba recebe 20º Palco Giratório – Mostra Poéticas Urbanas

7 de agosto de 2017

Realizado há 20 anos pelo Sesc, o Palco Giratório – um dos maiores projetos de circulação artística do país, traz sua programação a Curitiba, entre os dias 7 e 13 de agosto. Intervenções urbanas e espetáculos teatrais selecionados para o projeto itinerante compõem a Mostra Poéticas Urbanas na capital paranaense, com apresentações gratuitas na Rua XV de Novembro (Boca Maldita) e no Teatro do Sesc da Esquina.

O Palco Giratório abre com a intervenção urbana Dilúvio MA, da Ecopoética: Arte e Sustentabilidade, de Porto Alegre (RS), no dia 7, na Rua XV de Novembro (Boca Maldita), das 8h às 11h. Também fazem parte da mostra a performanceMaiêutica, de Raquel Mutzenberg, de Campo Grande (MT), no dia 9 de agosto, e o espetáculo A Pereira da Tia Miséria, do grupo paranaense Às de Paus, de Londrina, no dia 10, às 15h no mesmo local.

Homenageada nesta edição do Palco Giratório, a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre (RS), apresenta no dia 11 de agosto o espetáculo de rua Caliban – A tempestade de Augusto Boal, às 15h, na Boca Maldita. A companhia também trará à capital, o espetáculo Desmontagem ‘Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência’, uma criação da atuadora Tânia Farias a partir de quatro personagens de espetáculos anteriores feitos pelo grupo, às 20h, do dia 10, no Teatro Sesc da Esquina, com entrada franca.

Também serão realizadas oficinas gratuitas no Sesc da Esquina, com o objetivo de promover e incentivar as manifestações artísticas regionais, fomentando a troca de experiências. Para o encerramento da circulação na capital, por meio do Projeto Sesc Encena, o Teatro do Sesc da Esquina receberá outro espetáculo da edição 2017 do Palco Giratório. Ledores no Breu, da Cia. do Tijolo, de São Paulo (SP), será apresentado nos dias 12 e 13 de agosto, às 20h e 19h, respectivamente. Sucesso de público e crítica, o drama utiliza a lição de Paulo Freire, o cordel de Zé da Luz e os textos de Guimarães Rosa para abordar as questões, causas e consequências do analfabetismo.

Confira abaixo a programação completa da 20º Palco Giratório – Mostra Poéticas Urbanas  e de suas ações formativas:

P R O G R A M A Ç Ã O

7 de agosto

8h às 11h
Dilúvio MA
Ecopoética: arte e sustentabilidade em intervenções urbanas | Porto Alegre (RS)
Intervenção urbana | 180 minutos
Local: Rua XV de Novembro (Boca Maldita)
Sinopse: MA no Zen-budismo significa “vazio”, ou ainda “espaço entre as coisas”. A intervenção urbana Dilúvio MA traz os performers suspensos no interior de uma rede cheia de lixo, balançando durante algumas horas, sobre espaços da cidade carentes de cuidado e atenção. Habitando o interior da instalação de lixo com composições coreográficas e práticas meditativas, os performers estabelecem uma relação de contra fluxo ao ritmo urbano. A intervenção chama atenção para a responsabilidade com tudo aquilo que descartamos e para a urgência no tratamento de questões ambientais e sanitárias que deveriam ser prioritárias à saúde urbana.

Ficha Técnica
Criação e performance: Marina Mendo e Rossendo Rodrigues
Concepção e pesquisa: Rossendo Rodrigues
Cenografia: Rodrigo Shalako
Produção e realização: Pulperia Cultural //

9 de agosto

15h
Maiêutica
Raquel Mützenberg | Campo Grande (MT)
Intervenção urbana | 40 minutos
Loca: Praça Osório – Rua XV de Novembro (Boca Maldita)
Maiêutica é um partejar de ideias. Ideias que compõem um corpo-matéria que se dobra e desdobra, atualiza e condensa as fisicalidades e a plasticidade de seres em cena. O corpo é recurso material e plástico que se deixa dividir ou multiplicar pelas subjetividades femininas: a capacidade de renascer, de se re-parir.
O processo Maiêutica é uma tentativa de “re-parir-se”, de renascer de si mesma. O material cênico foi coletado a partir do contato com gestantes, parturientes, doulas, notícias jornalísticas e discussões de grupos sobre parto humanizado, violência obstétrica e misoginia. A investigação iniciou como uma pesquisa acadêmica e se desdobrou em intercâmbios com artistas de distintas áreas, prevalecendo o diálogo interdisciplinar durante sua construção.

Ficha Técnica
Concepção, performance e confecção: Raquel Mützenberg.
Colaboração artística: Bruno Dante, Natacha Belova, Luiz Marchetti, Marithê Azevedo, Millena Machado.
Produção: Keiko Okamura.
Fotografia: Fábio Motta, Carol Marimon, Elizabeth Othon, Pedro Ivo, Angela Coradini, Lucas Ninno //

10 de agosto

15h
A Pereira da Tia Miséria
Núcleo Às de Paus | Londrina (PR)
Teatro de rua | 50 minutos
Local: Rua XV de Novembro
Sinopse: A Fome personificou-se em uma criança nascida da Miséria que todas as pessoas temem, separou-se de sua mãe e, desde então, percorre o mundo, trazendo o sofrimento a todos. O ser humano, naturalmente, conhece a Fome, porém é sempre preferível saciá-la e não pensar no que pode acontecer se ela chegar a seu ponto extremo. A Morte tão temida por todos, é naturalmente necessária para um mundo em que novas possibilidades não param de nascer. Tia Miséria, no dia em que deveria morrer, engana a Morte, que acaba ficando presa em sua árvore e, em um acordo feito diante do olhar de todos, decide viver, ingenuamente procurando pelo seu filho para, só então, deixarem este lugar que nunca os quis.

Ficha técnica
Direção: Núcleo Ás de Paus
Texto: Luan Valero
Com: Adalberto Pereira, André Demarchi, Camila Feoli, Rebeca Oliveira de Carvalho, Rogério Costa e Thunay Tartari
Concepção e direção musical: Eric D’Ávila
Figurinos: Alex Lima
Cenografia e bonecos: Rogério Costa e Alex Lima
Produção: Núcleo Ás de Paus Produções Teatrais LTDA. //

20h
Desmontagem Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência
Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz |Porto Alegre (RS)
Teatro adulto | 90 minutos | Classificação: 16 anos
Local: Teatro Sesc da Esquina
Sinopse: A desmontagem “Evocando os mortos – Poéticas da experiência” refaz o caminho da atriz na criação de personagens emblemáticos da dramaturgia contemporânea. Constitui um olhar sobre as discussões de Gênero, abordando a violência contra a mulher em suas variantes, questões que passaram a ocupar centralmente o trabalho de criação do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz. Desvelando os processos de criação de diferentes personagens, a atriz deixa ver quanto as suas vivências pessoais e do coletivo Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz atravessam os mecanismos de criação.

Ficha técnica
Criação: Tânia Farias a partir de quatro personagens de espetáculos da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz.
Concepção e atuação: Tânia Farias
Produção: Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
Operação de luz: Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz //

11 de agosto

15h
Caliban – A tempestade de Augusto Boal
Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz | Porto Alegre (RS)
Teatro de rua | 90 minutos
Local: Rua XV de Novembro (Boca Maldita)
Sinopse: Para dar continuidade à pesquisa de teatro de rua, o Ói Nóis escolheu a versão de Augusto Boal de A Tempestade. Ele apropria-se da peça de Shakespeare e do pensamento do cubano Retamar para questionar a exploração da América do Sul pelo colonialismo europeu e para discutir a postura neocolonialista dos Estados Unidos. A figura de Caliban em A Tempestade, de Boal, ratifica a fundação mais firme de uma representação voltada para as margens. Falar em Caliban como símbolo de nossa identidade e do teatro latino-americano, nos leva a explorar novas sendas, novas categorias e a possibilidade de pensar e fazer teatro de outro modo. Implica em tornar visíveis as inumeráveis contradições e complexidades que configuram as sociedades contemporâneas marcadas pela ferida colonial. Para o Ói Nóis Aqui Traveiz, encenar “A Tempestade de Augusto Boal” é gerar outros discursos, histórias e narrativas, produzir e reconhecer outros lugares de enunciação. Caliba é a reivindicação da legitimidade do “diferente”.

Ficha Técnica
Criação Coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
Adaptação para o texto “A Tempestade de Augusto Boal
Música Original: Johann Alex de Souza
Direcão, Figurinhos, Máscaras, Adereços, Estrutura cenográfica: Criação Coletiva da Tribo
Atuadores: Paulo Flores, Tânia Farias, Clélio Cardoso, Marta Haas, Eugênio Barbosa, Pascal Berten, Paula Carvalho, Letícia Virtuoso, Roberto Corbo, Arlete Cunha, Júlio Kaczam, Lucas Gheller, André de Jesus, Daniel Steil, Keter Velho, Mayura Matos, Luana Rocha, Dalvana Vanso, Thales Rangel, Márcio Leandro, Alex dos Santos, Jana Farias e Pedro Isaías Lucas // 

12 e 13 de agosto

20h | 19h
Ledores no breu
Cia do Tijolo | São Paulo (RS)
Drama | 70 minutos | Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos
Local: Teatro do Sesc da Esquina
Sinopse: Inspirado no pensamento e na prática do educador Paulo Freire e nas obras do poeta Zé da Luz e do ficcionista Guimarães Rosa, o espetáculo trata das relações entre o homem da leitura, das letras e do mundo ao seu redor. Ledores no Breu traz histórias que acompanham tantos leitores na escuridão e analfabetos em pleno século XXI, seres que percorrem distâncias para elucidar suas dúvidas, seus erros e seus crimes. Um homem que por não poder ler as letras comete um crime contra seu amor e contra si mesmo; outro homem que desperta para as artimanhas e dubiedades da palavra ou alguém que reinventa o afeto com base nas letras que formam um nome. Personagens construídos a partir de suas relações com as letras e as palavras têm suas vidas profundamente transformadas.

Ficha técnica
Direção: Rodrigo Mercadante
Assistente de direção: Thiago França
Elenco: Dinho Lima Flor
Dramaturgia: Dinho Lima Flor e Rodrigo Mercadante
Cenário e figurino: Dinho Lima Flor
Criação de luz: Milton Morales e Cia. do Tijolo
Orientação corporal: Joana Levi
Produção: Cris Rasec e Cia do Tijolo
Produção e difusão: Thaís Teixeira
Em Cartaz Empreendimentos Culturais
Registro Bruta Flor Filmes
Câmera de registro: Bruna Lessa Cacá Bernardes e Mirrah Iañez
Fotografia de divulgação: Alécio Cezar //

Os ingressos para os espetáculos no Teatro do Sesc da Esquina podem ser retirados uma hora antes do início das apresentações, na bilheteria do teatro, mediante a doação de uma peça para a Campanha do Agasalho (roupas, calçados ou cobertores novos ou usados em bom estado).

O F I C I N A S

8 de agosto

Corpo e matéria – Compartilhar a pele
Horário: 14h às 18h | 4h
Ministrante: Raquel Mützenberg e Millena Machado
Nesta oficina, os participantes realizarão experimentos de criação cênica com objetos e bonecos híbridos. O corpo é pergunta e resposta, é processo e descoberta em uma vivência com bonecos e pedaços de bonecos. Braços, cabeças, pernas, troncos, tecidos e roupas adaptadas para explorar possibilidades cênicas a partir do encontro desses elementos com os corpos dos participantes.
Classificação: 16 anos.
Público-alvo: atores, bailarinos, artistas visuais, curiosos.
Local: Sesc da Esquina (3º piso, sala 334) //

Performatividade em Intervenções Urbanas
Horário: 10h às 12h e 14h às 18h | 6h
Ministrantes: Marina Mendo e Rossendo Rodrigues
A Oficina busca articular os procedimentos utilizados pelos artistas na composição das performances de intervenção urbana do projeto ECOPOÉTICA. Através de práticas de sensibilização da corporeidade, realização de dinâmicas físicas e vocais, exercícios voltados ao gestual lento, práticas meditativas e explorações imagéticas e sonoras, pretende-se ampliar os horizontes de criação e interação do performer em relação ao ambientes da cidade, possibilitando aos alunos explorações diversas no campo das intervenções performáticas em espaço urbano.
Classificação: 18 anos.
Público-alvo: artistas em geral.
Local: Sesc da Esquina (Sala Cine Sesc – térreo) // 

11 de agosto

Diálogos entre dois espaços: primeiro ocupe, depois se vire
Horário: 13h às 19h | 6h
Ministrantes: Rodrigo Mercadante e Dinho Lima Flor
O objetivo da oficina é desenvolver um trabalho expressivo que parta da relação com o espaço dentro da sala de trabalho e o espaço externo, que compreenda a rua, os transeuntes, a própria cidade com suas características e singularidades. Construir rascunhos de dramaturgia a partir do encontro desses dois mundos. Desenvolver o olhar poético e criador de metáforas a partir das relações internas e com o grupo que o rodeia. Trabalhar o olhar apurado a serviço do corpo e da cena. Aguçar a construção de imagens a partir de um corpo mobilizado. Trabalho para treinar o olhar para ressignificação dos espaços físicos da sala de experiência cênica e também da rua. Parte de uma pesquisa corporal, sonora e imagética em três instâncias: o ser do intérprete consigo mesmo, o ser em relação ao espaço da sala de ensaio e o ser em relação ao outro.
Classificação: 16 anos.
Público-alvo: atores, bailarinos, artistas visuais, curiosos.
Local: Sesc da Esquina (3º andar sala 334) //

As inscrições para as oficinas são gratuitas, limitadas e podem ser feitas aqui, a partir do dia 27/7. Todas as oficinas fornecerão certificados aos participantes.

S E R V I Ç O
20º Palco Giratório – Mostra Poéticas Urbanas 

Período: 7 a 13 de agosto de 2017
Locais: Rua XV de Novembro (Boca Maldita) | Sesc da Esquina (Rua Visconde do Rio Branco, 969)
Informações: (41) 3304-2222 e (41) 3304-2282 | sac.esquina@sescpr.com.br | e na página oficial do Palco Giratório.

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