Cantor Luiz Melodia morre, aos 66 anos, no Rio

4 de agosto de 2017

O cantor, compositor e músico carioca Luiz Carlos dos Santos, o Luiz Melodia, morreu, na manhã desta sexta-feira (4), no Rio de Janeiro. Aos 66 anos, o cantor lutava contra um câncer que atacou a medula óssea. Ele morreu durante esta madrugada, por volta das 5h.

A informação foi confirmada ao colunista Mauro Ferreira, do G1, por Renato Piau, guitarrista que tocou com Melodia, após ligação para a família do artista. Melodia chegou a fazer um transplante de medula óssea e resistiu ao procedimento, mas não vinha respondendo bem à quimioterapia.

Luiz Melodia foi internado no dia 28 de março no Hospital Quinta D’Or, na Zona Norte do Rio, para fazer sessões de quimioterapia no combate a um mieloma múltiplo (tipo de câncer de sangue), diagnosticado meses antes.

Segundo boletim médico divulgado na época pela produção do músico, com o início da quimioterapia, houve uma baixa glicêmica e acidez sanguínea. Por isso, o cantor permaneceu internado no CTI. O câncer voltou e o estado de saúde de Melodia se agravou bastante nesta quinta-feira (3).

Após a notícia da morte do cantor, a diretoria da escola de samba Estácio de Sá decidiu se reunir, ainda na manhã desta sexta-feira, para decidir como será a agenda na quadra da escola ao longo do dia. De acordo com a assessoria de imprensa da escola, a família avalia realizar o velório do cantor na quadra da agremiação.

Luiz Melodia nasceu no Morro do São Carlos, no Estácio, Região Central do Rio. Sua ligação afetiva com o berço foi eternizada por ele em uma de suas mais célebres canções, “Estácio, Holly Estácio”, na qual determinava que “se alguém quer matar-me de amor, que me mate no Estácio”.

O músico nasceu em 7 de janeiro de 1951 no Morro do Estácio, no Rio de Janeiro. Filho único, começou sua caminhada na música após ver seu pai tocando em casa.

Vida dedicada à música

O cantor abandonou o ginásio (atual ensino médio) e passou a adolescência compondo e tocando sucessos da Jovem Guarda e Bossa Nova, além de mergulhar no mundo do samba, o que gerou um estilo musical diferenciado e único do artista.

Em 1972, Gal Costa gravou uma de suas mais conhecidas composições, “Pérola Negra”. Em seguida, Maria Bethânia interpretou “Estácio Holly Estácio”. Foi nessa época que Luiz Carlos dos Santos assumiu o Melodia no nome.

Na década de 1980, lançou diversos álbuns e fez apresentações em festivais na França e na Suíça. Em 2003, Luiz Melodia gravou um disco ao vivo com participações especiais de Zeca Pagodinho, Zezé Motta, Luciana Mello entre outros artistas.

Em 2017, Luiz Melodia lançou “Zerima”, seu último disco. O álbum veio após 13 anos sem o artista lançar uma faixa inédita e contou com participação da cantora Céu.

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