Aerosmith em São Paulo
17 de outubro de 2016
Eletrizar uma arena lotada, traduzir em puro rock e talento a bagagem de mais quarenta anos de estrada – sem efeitos, sem firulas e com a energia que os faz sobreviver a rupturas, brigas e um quase final – são coisas que tornam o Aerosmith algo único e de excelência indiscutível dentro da música.
O vocalista Steven Tyler entrou em cena e, pouco depois, já estava cobrando a presença de Joe Perry ao seu lado. Ele estava na passarela, em meio ao público, cantando “Draw the Line” e “Love in an Elevator” como se esta ainda fosse a década de 1980. Foi uma performance sólida, contagiante e que elevou a fé de quem gosta do bom e velho rock na sua melhor forma.
A relação simbiótica da banda de Boston seguiu deixando o público paulistano boquiaberto a cada nota de Tyler e pouco se importando com músicas menos conhecidas como “Kings and Queens”, de 1977, ou “Stop Messin’ Around”, cover do Fleetwood Mac gravado no álbum Honkin’ On Bobo, de 2004. Esta mostrou o sensacional lado blueseiro do grupo, com Perry dando um descanso a Tyler e abrindo a brecha para o solo de guitarra de Brad Whitford.
Dos hits, “Livin’ on the Edge”, “Pink”, “Dude (Looks like a Lady)”, “I Don’t Want to Miss a Thing” e “Walk This Way” fizeram com que o único lamento dos fãs fosse o fim do show. Na realidade, para alguns, “Janie’s Got a Gun” e “Hole in My Soul” ficaram faltando, mas nada que o final emocionante não superasse: “Dream On” e “Sweet Emotion”, para os mais de 45 mil paulistanos voltarem felizes para casa após um espetáculo de puro rock and roll. Que os integrantes do Aerosmith tenham longa, longa vida.