Midnight Oil volta a Curitiba depois de 20 anos

10 de abril de 2017

Quando o Midnight Oil saiu de cena, no começo dos anos 2000, era uma das maiores bandas do mundo. Fundada nos anos 1970, a mistura de punk e surf music com letras politizadas colocava os australianos ombro a ombros com as grandes bandas de sua geração.

Os “Oils” pararam de tocar juntos em 2002, quando o vocalista Peter Garrett se elegeu ao congresso australiano. Seis anos antes, em 1996, eles estiveram em Curitiba. De sua casa em Sydney, o baterista Rob Hirst lembra com detalhes da cidade.

“Curitiba me pareceu bem limpa e verde. Nos diziam que para fugir da poluição de São Paulo era bom descer para Curitiba. Lembro também que todos falavam de um político que modernizou a cidade e inventou um sistema de transporte…”, disse o baterista em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo.

A banda faz um único show, no dia 27 de abril, às 21h15 no Teatro Positivo. Os ingressos estão à venda.

O publico, porém, de acordo com Hirst, verá uma a banda com “a mesma química e o mesmo som de antes”. E com a formação original ; além de Hirst (bateria ), Martin Rotsey (guitarras), Peter Garrett (vocais), Jim Moginie (guitarras e teclados) e Bones Hillman (baixo).

O show em Curitiba será o segundo da turnê mundial “The Great Circle”, depois de vinte anos sem viajar. “Faremos dois shows para esquentar na Austrália, mas ainda seremos uma banda tentando se reencontrar no palco, mas com muita vontade de tocar junto”.

Ele conta que o show terá “o melhor do melhor material da banda”, autora de sucessos como “Blue Sky Mine”, “Beds Are Burning” e “The Dead Heart”.

 

A banda vai aproveitar a turnê para relançar toda a sua discografia de 13 álbuns, com direito a um DVD de material inédito também será incluído.

Surfe e Política

Hirst conta que a banda nunca acabou. Todos os demais integrantes continuaram na ativa em outros grupos quando o vocalista Garrett virou político em tempo integral. (Além de deputado, ele foi ministro do Meio Ambiente e da Educação e Juventude).

“Há um ano e meio, ele repareceu com a ideia de fazer alguns shows de novo. Gradualmente, um a um dos membros da banda foi entrando no barco”.

Para Hirst, a reunião foi fácil, “pois somos uma banda de sorte”. “Desde adolescentes temos uma combinação muito boa de pessoas: nos damos bem no estúdio, temos o cara que sabe fazer negócios, o performer, o que sabe dar entrevistas… Temos tudo isso na banda”, diz.

Hirst cita que as muitas similaridades – como os quilômetros de praias – entre o Brasil e a Austrália para explicar por que o som dos “Oils” é tão bem aceito por aqui.

“Vivo numa área de surfe aqui em Sidney e há muitos brasileiros lá: estudando, surfando e namorando as nossas meninas (risos)”, brinca.

Ele garante a que o Midnight Oil ainda vai levantar bandeira da defesa do meio-ambiente durante a turnê mundial e se posicionar contra algumas questão políticas contemporâneas que a banda acha importante durante a turnê.

“Nós temos a obrigação de manter a água limpa, os vegetais sem veneno… Nascemos num tempo bom, em um lugar abençoado. Temos obrigação de cuidar dele. Isso não deveria ser tão difícil de entender. Faz parte da nossa identidade e está na nossa música”.

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