Pela 1ª vez no Brasil, The Who vai tocar na mesma noite que o Guns N’Roses
9 de março de 2017
Em 1964, à frente de uma das mais recentes sensações do rock de então, o Who, o inglês Roger Daltrey cantava: “Espero morrer antes de ficar velho” (versos do guitarrista Pete Townshend para a canção “My Generation”). Cinquenta e três anos depois, Daltrey e Townshend sobreviveram para ser atrações do Rock in Rio 2017. Em anúncio feito nesta terça-feira (7) pelo festival, foi divulgado, depois de muitos boatos, que o grupo, um dos maiores da história do rock ainda em atividade, se apresenta no Palco Mundo no dia 23 de setembro, junto com os americanos do Guns N’Roses.
Sem os integrantes originais Keith Moon (bateria, falecido em 1978, aos 32 anos) e John Entwistle (baixo, que morreu em 2002, aos 57), o Who se apresenta pela primeira vez no Brasil em suas cinco décadas de existência. Já o Guns N’Roses tocou no festival em 1991, 2001 e 2011, quando um atraso de uma hora e meia do vocalista Axl Rose para entrar no palco fez o idealizador e diretor do Rock in Rio, Roberto Medina, dizer que o grupo não seria mais convidado a voltar. Ano passado, quando o Guns anunciou uma turnê reunindo Axl aos integrantes da formação clássica Slash (guitarra) e Duff McKagan (baixo) – e se apresentou, entre outras cidades brasileiras, em Curitiba em novembro -, Medina voltou atrás e fez um apelo nas redes sociais para que o grupo aceitasse o convite para participar da edição de 2017 do Rock in Rio.
Em meio a um surto de atividade nos palcos que começou em 2015, com a turnê “The Who Hits 50!”, comemorativa dos seus 50 anos de carreira, o grupo inglês anunciou no ano passado uma série de shows com hits, canções menos conhecidas e a íntegra do álbum/ópera rock “Tommy”, de 1969. As primeiras datas de “Tommy and More” estão marcadas para os dias 30 e 1º de abril, no Royal Albert Hall, em Londres. Desde 1989 eles não tocam “Tommy” por inteiro ao vivo. Em outubro, a banda foi atração, ao lado de Rolling Stones, Bob Dylan, Paul McCartney, Neil Young e Roger Waters, do festival californiano Desert Trip.
O Brasil é um velho caso não resolvido do Who. “Iremos aí. E logo. É o destino”, prometeu, em 2013, Pete Townshend, hoje com 71 anos, em entrevista ao Globo, para divulgar a sua autobiografia: “A música brasileira é a melhor expressão que posso imaginar do temperamento latino do português. Quando for ao Brasil com meu violão, você vai entender o que eu aprendi com ela.”