Show de Pompeu & Os Magnatas

24 de fevereiro de 2017

por Clovis Roman e Kenia Cordeiro

O Espetáculo Pompéia rolou dia 18 de fevereiro no John Bull Pub, em Curitiba, para celebrar oficialmente o lançamento do EP do Pompeu & Os Magnatas –  a festa levou o nome do disco. Para deixar o evento ainda mais completo, foram convidados o já renomado Machete Bomb e o Operários Dub. Os ingressos tiveram grande procura, tanto que chegaram ao 3º lote, feito notável considerando a cena de música autoral em Curitiba.

O Machete Bomb é um nome forte na cidade, e foi escalado para abrir a noite em grande estilo. Com vocais fortes, numa espécie de híbrido entre Rage Against the Machine com Criolo, e consequentemente influências variadas indo do Reggae ao Rap – sem deixar de passar pelo Samba – o grupo conquistou o público em pouco tempo. O golpe fatal veio com a 5ª canção do repertório, “Loteca”, com sua letra malandra e ritmo contagiante. Outra letra instigante veio com “Balde de Caranguejo”, cujos versos bradam “O balde de caranguejo em Curitiba não tem tampa!”. Não precisa ir muito longe para assimilar a mensagem. No quesito musical, percussão forte e consequentemente peso permeiam a canção, que ainda tem boas incursões de teclados com vibe setentista. No final do repertório, que durou 60 minutos, a pista lotada dançava sem medo de ser feliz.

O Operarios DUB é um trio vocal de Black Music, que como o nome sugere, conta com sessão instrumental alicerçada no Dub, ritmo cujas origens remetem ao Reggae na Jamaica dos anos 60. A cozinha da banda – baixo e bateria – mostrou grande destreza técnica, abusando linhas mais complexas e improvisações (as vezes até demais). As vozes dos irmãos PH Soares e Dyan Lohan, além de Welton do Amaral, soam até meio parecidas, mas dão uma conotação caótica ao som. Apesar disso, o som dos garotos é bem acessível, com baladas e letras emotivas. O show durou pouco menos de uma hora, mas pareceu durar um pouco mais. O grupo tem cerca de três anos de existência, e tem futuro. Basta deixar a estrada lapidar seus eminentes talentos.

Um dos tantos, quase incontáveis, termos que podemos usar para – tentar – definir o Pompeu & Os Magnatas é despretensão. Afinal, a simplicidade é quase palpável ao entrar em contato com os rapazes. Antes do show, eles estavam do lado de fora da casa, conversando com amigos e transeuntes em geral. Tudo num tremendo clima de amizade e paz. E mesmo que hajam rusgas – e promover um evento sem ao menos uma situação de estresse é impossível – eles deixam tudo pra lá quando sobem ao palco. E o fizeram já com jogo ganho, afinal, sua base de fãs vem crescendo exponencialmente nos últimos tempos. Nada mais justo para uma banda que tem a moral de compor um épico melancólico e ao mesmo tempo libertador como “Pompéia”. Ao vivo, ela chega a passar dos 10 minutos, transbordando feeling.

A abertura veio com “7×1”, que teve clipe recém lançado, outra viagem com pitadas psicodélicas. Mais agitada, “Dona Felicidade”  é daquelas para cantar junto e dançar, coisa que a platéia de fato, fez. Em ação, os garotos mostram que sabem o que fazem, e transpiram satisfação em estar ali, no palco. É uma troca recíproca de vibrações entre banda e público. Para forjar sua identidade própria, eles jogaram no liquidificador Tim Maia, Jorge Ben e Pink Floyd, além de outros ingredientes que, mesmo imperceptíveis no resultado final, tiveram sua importância no sabor. O final apoteótico veio com “Cartaz de Fumaça”, mais uma com refrão fácil. A noite do Espetáculo Pompéia foi uma festa que mostrou, aos gritos, que Curitiba tem muito talento em qualquer que seja o estilo musical. Parabéns Machete Bomb, Operários DUB e Pompeu & Os Magnatas.

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