Nosso show é uma mistura de idades, diz Butch Vig
9 de dezembro de 2016
Butch Vig não é mais jovem. O baterista do Garbage, e um dos maiores produtores musicais do mundo, está com 61 anos. Shirley Manson, a vocalista, tem 50. E, mesmo assim a banda consegue levar milhares de fãs adolescentes aos seus shows. “Nossas músicas, e principalmente as letras, se comunicam facilmente com qualquer tipo de público, mas por algum motivo elas chamam muito a atenção do público jovem”, conta Vig por telefone ao Virgula, e continua: “Temos um grande público feminino por causa da imagem de Shirley. As garotas jovens se identificam com ela. Por outro lado, também há fãs mais velhos do que nós, que viram a banda nascer e nos acompanharam. Ou seja, é uma mistura de idades e apreciamos muito isso”.
A banda toca neste sábado, 10, no Tropical Butantã, em São Paulo, e 11, no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Sobre as apresentações, Vig revela que o nosso país sempre esteve na rota da turnê: “Fizemos muitos fãs brasileiros desde a primeira vez em que estivemos no Brasil, em 2012. Percebemos isso por causa da nossa página no Facebook. Recebemos mensagens o tempo todo para tocarmos no país. Então, uma das primeiras coisas que pensamos antes da turnê começar foi: precisamos ir ao Brasil”.
Dos shows o baterista adianta que os fãs serão saciados: “Tocaremos umas cinco ou seis músicas do novo álbum, Strange Little Birds, lançado este ano, e o resto do repertório será de clássicas do Garbage, aquelas que o público quer ouvir. Estamos preparando um show longo e que passe por toda a nossa carreira”.
Como o assunto é Brasil, o músico e produtor se empolga e resolve nos contar um segredinho. Um elogio, na verdade: “Vou te falar uma coisa pessoal: não vejo a hora de voltar para ir nos ótimos restaurantes que conheci. Sou um amante de comida e a culinária brasileira realmente me conquistou. Não há comida como a de vocês”.
Antes de pegar o avião para o Brasil, a banda fez sete apresentações quentíssimas na Austrália que contaram com um set list de 22 músicas. Ou seja; show completíssimo e imperdível. Vig garante: “As pessoas vão se divertir”.
Para finalizar o papo, Vig conta que o álbum novo é o mais ‘dark’ que já gravaram: “Uma das coisas que levou a esse direcionamento foi quando nos encontramos para os ensaios. Sentamos em uma mesa e questionamos: ‘vamos gravar um disco de rock n’ roll clássico ou vamos usar mais teclados e sintetizadores, como bandas new wave e punk da década de 80?’. Então optamos pela segunda opção e tudo virou mágica. As músicas casam perfeitamente com as letras e quando terminamos a gravação percebemos o quanto cinematográficas e atmosféricas elas ficaram. É totalmente diferente de qualquer coisa que o Garbage já fez. É importante não se repetir”.