Phil Cunningham fala de rivalidade com Peter Hook

2 de dezembro de 2016

Nesta quinta, 1º, os palcos brasileiros presenciarão duas facções rivais da música pop inglesa. Explicando: no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, Peter Hook and The Light se apresentam tocando os volumes de New Order e do Joy Division da coletânea Substance. O baixista e seus músicos também passarão por Porto Alegre (Opinião, 3) e São Paulo (Cine Joia, 6).

Já em São Paulo, também nesta quinta, 1º, o New Order, banda da qual Hook fez parte e saiu de forma tempestuosa, se apresenta no Espaço das Américas. A formação atual do New Order tem o vocalista Bernard Sumner, o baterista Stephen Morris, a tecladista Gillian Gilbert, o guitarrista Phil Cunningham e o baixista Tom Chapman, que agora cumpre a função de Hook.

Ao ser entrevistado por telefone, Phil Cunningham, de 41 anos, um dos “caçulas” do New Order, dá risada da incrível coincidência, e diz que uma reunião de Hook com o pessoal da ex-banda dele vai ser improvável. Mas afirma que se o ex-baixista e o vocalista e desafeto se trombarem no Brasil “não vai ter nada com o peixe”. “Não é saudável se meter neste tipo de situação”, ele fala. “Mas se os fãs tiverem que optar entre Hook e o New Order, bem, sou diplomático, acho que todos saem ganhando”, fala.

Cunningham entrou no New Order em 2001 para substituir no palco a tecladista Gillian Gilbert, que havia saído em 1998 para cuidar da própria saúde e também dar uma atenção maior às duas filhas – ela é casada com o baterista Morris. Gilllian retornou em 2011.

Cunningham dá detalhes: “Eu entrei para o New Order a princípio para tocar teclado”, fala. “Mas o meu instrumento principal sempre foi a guitarra. Quando a Gillian retornou, ninguém sabia como a coisa iria funcionar. Mas deu muito certo e o melhor – eu pude manter meu emprego na banda.”

O guitarrista já havia participado dos álbuns Waiting For the Sirens’ Call (2005) e Lost Sirens(2013, com material que sobrou da época de Waiting for the Sirens’ Call). Mas afirma que Music Complete, lançado no ano passado, foi realmente o primeiro álbum de estúdio do New Order onde ele finalmente ele pode se sobressair musicalmente.

“Foi também o primeiro álbum do New Order totalmente sem a presença de Peter Hook. Assim, foi um trabalho feito em conjunto, todos tiveram um peso igual na hora de colaborar”, ele explica. “E hoje as coisas funcionam de outra forma. Nada de criar música no estúdio apenas improvisando na guitarra. Cada um escreve sua parte no computador. Depois, nos juntamos e montamos tudo.”

Por toda sua trajetória, o músico se manteve ocupado com diversos trabalhos e projetos paralelos. Ele já fez parte das bandas de britpop Bad Lieutenant e Marion. Mas Cunningham afirma que agora não tem mais tempo para atividades extra-curriculares. “Não esperávamos que Music Complete fosse ter uma recepção tão boa entre os fãs e a imprensa”, ele fala. “Então, passamos muito tempo divulgando o trabalho, tocando em festivais em todo o mundo e agora será a vez do Brasil.”

Cunningham define o atual papel do New Order: “Somos uma banda clássica, com tudo de bom e de ruim que isto possa significar”, fala. “O New Order já é um nome estabelecido e temos uma grande responsabilidade. Tudo mudou, hoje, os músicos que estão começando não têm mais gravadora para apoiar, não existe investimento. Mas eu não desencorajo ninguém. Minha filha, por exemplo, já está ligada em sintetizadores.”

New Order no Espaço das Américas, em São Paulo
1º de dezembro, às 23h (com apresentação de Gui Boratto às 21h45)
Espaço das Américas – Rua Tagipurú, 795 – Barra Funda, São Paulo
Ingressos entre R$ 180 e R$ 360

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