Black Sabbath faz show rápido, pesado e certeiro
1 de dezembro de 2016
Rápido, pesado e certeiro. O Black Sabbath conseguiu sair de cena ainda em grande forma. A banda celebrou seus melhores dias do começo dos anos 70 quando, sem saber, mudou o rumo do rock. Toda a derivação brutal e extrema do rock nasceu com o Black Sabbath, que se despede de seu público de um jeito muito decente. O fim da maior banda do metal foi uma das noites históricas que a cidade headbangers tem experimentado com a volta da Pedreira Paulo Leminski.
Ozzy Osbourne, o baixista Geezer Butler e o guitarrista Tony Iommi tocaram ao lado do baterista Tommy Clufetos, músico da banda de Ozzy que está com o Sabbath desde 2012, que substituiu Bill Ward.
Às 21 horas, Ozzy, o príncipe das Trevas, perguntou: “como estão vocês?”. Então se ouviu o som mais pesado que já existiu, o riff sinistro de Black Sabbath. Ozzy, vestido com um sobretudo preto, era a assombração que todo mundo ama e deu sua risada demoníaca.
A banda se vestiu e se comportou como se tivessem em 1972. Além das roupas, os músicos estavam com os crucifixos dos primeiros dias. A comunicação visual e os efeitos dos telões eram setentistas. Até o repertório era todo dos quatro primeiros álbuns. Black Sabbath celebrou seu passado sombrio. Só o jovem baterista Tommy – muito bom – e os monitores, nos quais Ozzy lia as letras, destoavam.
A pedreira não estava abarrotada como no show do Guns N’ Roses, mas estava cheia. O público também tinha outro perfil, mais velho e predominantemente masculino. No palco, a banda pouco se mexeu, mas executou cada nota a perfeição. Os fãs foram assistir à banda Sabbath dos primeiros discos e ele esteve lá.
O céu cinza e carregado da capital lembrava o de Aston, a pequena cidade onde a banda se formou em 1968. O frio também. Após o show de Curitiba, serão mais dez até o show final em Birmingham no começo de fevereiro do ano que vem. A descoberta de um linfoma (espécie de câncer) no organismo do guitarrista Iommi fez a banda decidir que vai encerrar as atividades.
A tragédia na Colômbia também não foi esquecida. Algumas camisas da Chapecoense se destacaram na multidão uniformizada de preto. O show teve aproximadamente 1h30 de duração.
Músicas tocadas em Curitiba
Black Sabbath
Faires Wear Boots
After Forever
Into The Void
Snowblind
War Pigs
N.I.B
Solo de bateria
Iron Man
Dirty Women
Children Of The Grave
Paranoid