Nando Reis lança Rock’n’Roll
28 de setembro de 2018
por Marcus Preto
Desde que incluiu Rock‘n’Roll no repertório de seus shows, há cerca de seis meses, Nando Reis experimenta a sensação mais cara a que têm direito os grandes atores de teatro: o aplauso em cena aberta. Nos mais diferentes estados do país e em contextos diversos, o cantor vem sendo invariavelmente ovacionado pelas plateias que escutam a canção em primeira mão. O fenômeno aponta identificação imediata do público com as múltiplas reflexões – políticas, sociais, comportamentais, afetivas – expostas pelo artista nos quase nove minutos de duração da música. Agora, Rock‘n’Roll ganha sua gravação oficial. Produzida por Pupillo, a faixa foi registrada por Alexandre Fontanetti nos estúdios Space Blues, em São Paulo, em julho passado. Tem o próprio Pupillo na bateria, Jack Endino e Walter Villaça nas guitarras, Lucas Martins no baixo e Alex Veley no hammond e no piano.
O mote de Rock‘n’Roll surgiu em uma noite de domingo, a partir de um diálogo de Nando com o psicanalista Luiz Tenório Oliveira Lima. O amigo comentava do baixo astral que o momento sombrio do país tem imposto sobre as pessoas, individual e coletivamente. Tenório tinha passado aquela manhã imerso em seus livros de filosofia, à procura de alento. “Pelo menos eu ainda tenho meus gregos. E você, o seu rock‘n’roll”, concluiu. O roteiro começava a nascer ali: “Uns creem no Gênesis, outros na Teoria da Evolução/ Buscando sossego, ele lê os gregos, Hesíodo e Platão/ Mas eu ainda tenho o meu rock‘n’roll”.
Embora haja muito amor espalhado por suas bem costuradas 32 estrofes, Rock‘n’Roll não é propriamente uma canção romântica como as que se tornaram os maiores sucessos de Nando nos últimos anos. Mas o estilo tão pessoal do compositor fica evidente aqui por outras duas características. A primeira é de ordem estética: trata-se de uma canção longa-metragem. E é possível chamá-la assim não somente pela fartura da letra, mas também – e sobretudo – pela narrativa absolutamente cinematográfica. É um filme que o ouvinte acompanha do começo ao fim. Nando é mestre no assunto, como já ficou comprovado em “Diariamente” e “Pré-Sal”, entre outras grandes canções que evidenciam seu amor por Bob Dylan e pelas músicas longas de Caetano Veloso, como “O Estrangeiro” e “Ele me Deu um Beijo na Boca”. A segunda característica é de ordem conceitual: trata-se de um petardo, de alto teor crítico, com filiação em clássicos como “Igreja”, “Nome aos Bois” e “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas”, compostos nos tempos de Titãs.
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