Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência: trabalho de reabilitação dá uma nova chance a pessoas com membros amputados
20 de setembro de 2018
Clínica em Curitiba oferece trabalho de reabilitação que é referência no mundo
Acontece bem mais do que a gente imagina. Prova disso é um levantamento realizado por pesquisadores de uma Universidade de Alagoas que mostram que, segundo banco de dados do SIHSUS, no período de 2008 a 2015, foram realizados 361.585 procedimentos de amputações de membros no Brasil, com predominância nos estados do Sul, Sudeste e Nordeste.
E para quem tem que amputar um membro, o processo de reabilitação nem sempre é fácil. Parte pelo desconhecimento de equipes profissionais, parte pelas dificuldades que a pessoa terá que enfrentar na nova vida. “Não é fácil. Logo depois do acidente tudo muda. Pra gente se acostumar não é fácil. Tem que ter uma reabilitação, porque praticamente a gente tem que reaprender a fazer tudo”, conta Maraci da Rocha, auxiliar de serviços gerais que, após um acidente de moto teve que amputar a perna esquerda. Hoje Maraci está passando pelo processo de reabilitação na Ottobock. “Escolhi essa clínica porque eles têm uma preocupação bem grande com a gente se reinserir na vida, no trabalho. Com toda certeza vai fazer muita diferença na hora que eu voltar para o trabalho”, diz Maraci.
A Ottobock, empresa alemã, líder no mercado de próteses e órteses e recentemente, abriu uma clínica de reabilitação para pessoas com membros amputados em Curitiba. O trabalho realizado na clínica envolve todos os processos e é baseado num protocolo desenvolvido na Alemanha e que inclui desde a confecção da prótese personalizada, até a adaptação da pessoa nas mais variadas atividades.
“Um dos pilares estratégicos da Ottobock está ligado à Educação Continuada, transferência de conhecimento e na qualificação dos profissionais envolvidos no processo de reabilitação dos pacientes. Não há no Brasil nenhum programa efetivo de formação na área de ortopedia técnica, e o trabalho que desenvolvemos vem transformando vidas e trazendo qualidade de vida para os pacientes amputados”, explicou Ricardo Oliveira, diretor geral da Ottobock Brasil. E a tecnologia é uma das grandes aliadas no processo, afinal, hoje quando se pensa em próteses o cenário é bem diferente daquele em que se utilizava madeira, por exemplo.
Prova disso é a parceria que a Ottobock tem com o Comitê Paralímpico, e o comprometimento com grandes paratletas, como Lars Grael, Fernando Fernandes, Edson Dantas e Pauê. Todos são embaixadores da marca e afirmam a importância de poder contar não só com a tecnologia, mas também com profissionais capacitados para o processo de reabilitação. “Dentro do esporte, como profissional, estar relacionado a maior empresa de próteses e que trata a reabilitação como prioridade, trazendo para a discussão um assunto que eu vivo me inspira a poder somar ainda mais e poder contribuir para que outras pessoas possam passar por esse processo”, finalizou Pauê, surfista medalhista e que foi considerado como o primeiro surfista biamputado do mundo.