Limitações na entrega de competências high-tech dificultam contratações de engenheiros
23 de agosto de 2018
Chamada de Engenharia 4.0, nova onda tecnológica já invade o mercado de trabalho e profissionais precisarão desenvolver perfil além do formato “tradicional” oferecido pelas universidades brasileiras
Em 2005, o tempo médio de preenchimento de uma vaga no mercado de trabalho americano era de 20 dias. Mais de dez anos depois, houve acréscimo de oito dias ao período, segundo dados da pesquisa “Skills Shift Automation and The Future of The Work Force”, divulgada em maio de 2018 pela McKinsey Global Institute. O aumento se justifica pela dificuldade dos recrutadores em encontrar profissionais que consigam demonstrar competências high-tech em resposta às mudanças tecnológicas sofridas em todo o mundo. No Brasil, um dos setores que mais tem sentido o impacto dessas transformações geradas pela nova onda tecnológica, chamada Indústria 4.0, é o de engenharia.
Aliada à desaceleração causada pela crise econômica, engenheiros de todo o país vivem um “efeito sanfona” no mercado: alto número de profissionais em um mercado mais enxuto e exigente. “Apoiados numa promessa de altíssima expansão da área de construção, muito dos profissionais formados nos últimos anos se viram desamparados por um mercado muito mais exigente do que eles esperavam”, avalia o coordenador do curso de Engenharia da Produção do Centro Universitário Internacional Uninter, Douglas Agostinho.
Para o coordenador, o discurso de que a crise econômica é a principal responsável pela oscilação nos números de contratação do setor precisa ser melhor avaliado. “Há uma óbvia mudança com o desenvolvimento da Engenharia 4.0, que também impacta essa absorção”, afirma. O mercado dos próximos dez anos, explica o coordenador, tende a exigir que os engenheiros saibam operar sistemas e softwares de alta complexidade, estejam habituados à linguagem Big Data, de Inteligência Artificial, ao mesmo tempo em que consigam conduzir crises mantendo bom relacionamento. “Competências que ele conquistava depois de 15 anos de profissão, precisam já estar no radar do recém-formado. Os alunos de engenharia precisarão amadurecer mais cedo”, reflete.
De acordo com o relatório da McKinsey, 31 bilhões de horas trabalhadas nos Estados Unidos em 2016 foram atribuídas ao uso de competências tecnológicas complexas por profissionais em todos os setores da economia americana. Em 2030, a expectativa é que o número chegue a 60 bilhões de horas. Ainda de acordo com a pesquisa, atividades relacionadas ao uso de habilidades manuais e de capacidade física de trabalho terão cada vez menos procura. “Os engenheiros sempre ocuparam o topo do mercado, mas não estão conseguindo pensar fora da caixa, justamente sua habilidade mais celebrada”, reitera.
Formação para o futuro: os profissionais da próxima década
Programação, tecnologia da informação e recursos de automação de processos estarão no coração da maioria das empresas em menos de quinze anos, avalia o relatório da McKinsey. Isso porque a tendência é que atividades básicas, que demandam alto gasto de energia e recursos humanos, sejam progressivamente substituídas por sistemas robotizados. “No entanto, quanto maior a robotização de uma área da economia, maior é a necessidade de o profissional desenvolver aquilo que as máquinas não têm: valor humano. E a maioria dos cursos de graduação em Engenharia no Brasil ainda não está falando essa linguagem”, ressalta Douglas.
O grande desafio, avalia Frank de Alcântara, professor dos cursos de Engenharia do Centro Universitário Internacional Uninter, será preparar a geração de engenheiros que se formará nos próximos anos, já que eles serão os responsáveis pela implementação dessas tecnologias no país. “Falar de Internet das Coisas, de Engenharia 4.0, de Big Data, não pode se resumir a uma habilitação da Engenharia. Não só engenheiros da computação deverão estar familiarizados com a linguagem, mas todas as áreas”, afirma.
Engenharia na Uninter
No Centro Universitário Internacional Uninter, os cursos de Engenharia de Produção, da Computação e Elétrica, da modalidade presencial, aliam na metodologia de ensino a oferta de disciplinas de PBL (Aprendizado Baseado em Problemas), em que o aluno tem a possibilidade de aliar a teoria à prática em situações cotidianas do mercado de trabalho, com a oferta de conteúdos em sintonia com as novas exigências do mercado. “Temos diversas linhas de pesquisa, como inteligência artificial, Internet das Coisas e Indústria 4.0, entre outras. São cursos criados para o futuro”, afirma Alcântara.
Renan da Silva, aluno do sexto período do curso de Engenharia da Computação da Uninter, é um dos estudantes envolvido nos projetos de pesquisa da instituição. Atualmente, Renan desenvolve aplicativos em parceria com o setor privado. “Criamos sistemas de estoque para varejo e estabelecimentos noturnos utilizando RFID e já temos alguns clientes”, conta. O projeto, explica Edson Ferlin, coordenador do curso em que Renan está matriculado, foi desenvolvimento na disciplina de PBL. “O mercado está aquecendo para novas tecnologias; nossos alunos têm a chance de vivenciar grades curriculares mais recentes, que dialogam com a economia de forma mais antenada”, finaliza Ferlin.
Sobre o Grupo Uninter
O Grupo UNINTER é o maior centro universitário do país, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Sediado em Curitiba – PR, já formou mais de 500 mil alunos e, hoje, tem mais de 200 mil alunos ativos nos mais de 200 cursos ofertados entre graduação, pós-graduação, mestrado e extensão, nas modalidades presencial, semipresencial e a distância. Com mais de 700 polos de apoio presencial, estrategicamente localizados em todo o território brasileiro, mantém quatro campi no coração de Curitiba. São 2 mil funcionários trabalhando todos os dias para transformar a educação brasileira em realidade. Para saber mais acesse uninter.com.