Nando Reis reúne dream team musical em novo álbum

9 de novembro de 2016

Transitando entre Brasil e EUA, Nando Reis chega com Jardim-Pomar, seu novo álbum de inéditas em quatro anos. “É o meu disco mais rock n’roll”, diz o cantor em exclusiva aoVirgula. “Mesmo tendo coisas que não sejam tão rock, como as baladas Concórdia eÁgua Viva, ele possui riffs muito fortes, como na canção que abre o disco,Infinito Oito, por exemplo. E tem mais, o trabalho tem muitos elementos de funk e fraseados de metais”, conta o músico sobre o lançamento, que foi gravado entre Seattle, São Paulo e Rio de Janeiro.

Com os pés nessas três grandes cidades, Nando conseguiu reunir um ‘dream teammusical’ para participar do trabalho. A produção ficou por conta de Jack Endino (Nirnava e Soundgarden) e Barret Martin (ex-baterista do Screaming Trees e R.E.M.), e teve solo de Mike McCready, guitarrista do Pearl Jam, em uma das canções. Dos brasileiros, o ruivo esteve envolto de Pitty, Luiza Possi, Tulipa Ruiz, Arnaldo Antunes, Branco Mello, Sérgio Britto, Paulo Miklos e dos filhos Theo, Sebastião e Zoe Reis, todos juntos e misturados na faixa Azul de Presunto.

Sobre voltar a trabalhar com os ex-companheiros de banda, os Titãs, o músico conta: “A música [Azul de Presunto] lembra bastante Titãs, então quando fui gravá-la logo pensei em chamá-los para participar. Ainda bem que a agenda de todos bateu e quando nos encontramos no estúdio demos conta que já faz 25 anos que nós cinco não gravamos algo juntos, então foi a maior farra”, complementa. “Achei que essa música só faria sentido se tivesse muitas vozes, por isso reuni toda essa galera; amigos, músicos, família e juntos deram uma gama de linguagem”.

Com o novo disco lançado de forma independente pelo próprio selo, o Relicário, Nando se sente mais em casa e tranquilo do que nunca: “Agora sou uma empresa. Tenho um escritório que cuida de toda a minha parte administrativa e comercial. Então, sou um artista que controla a minha própria carreira, sem precisar obedecer a um cronograma e normas impostas por grandes gravadoras. Por outro lado, essa liberdade me exige um pensamento totalmente diferente, porque preciso me preocupar com o orçamento de gravação, produção, fabricação e divulgação do disco, que era uma área responsável pelas majors“.

Dos sons que ouve em casa e que serviram de influência para Jardim-Pomar, o cantor diz que seu lance mesmo é a música feita nos anos 70, não manja de pop atual, mas é livre de qualquer preconceito: “Compro muito disco, ouço muita música, principalmente o soul e o funk da década de setenta. Ouço muito Stevie Wonder, Bob Dylan, Neil Young, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Sabe, não tenho preconceito com nada, mas não tenho nenhum disco da Rihanna em casa, por exemplo. A minha filha foi assisti-la há cinco anos, mas nada contra”.

Para finalizar o papo, o dono de grandes hinos do rock nacional, como All Star, Luz dos Olhos e Por Onde Andei, conta que infelizmente, ou felizmente, um grande hit não possui fórmula: “O que o torna um hit é a identificação e a escolha do público”, finaliza o ruivo mais amado – e ouvido – do Brasil.

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