Foo Fighters tem pedido de casamento e rock de arena certeiro para 40 mil em SP

28 de fevereiro de 2018

O Foo Fighters apresentou uma cerimônia com rock de arena de gala que incluiu um pedido de casamento no palco nesta terça-feira (27) em São Paulo, para 40 mil pessoas. A banda volta ao palco do Allianz Parque na quarta (28), com abertura do Queens of the Stone Age e da banda brasileira Ego Kill Talent.

O Foo Fighters entrou pontualmente às 20h50. Na metade da apresentação de duas horas e meia, um casal da plateia subiu ao palco para um pedido de casamento. O show anterior em SP, em 2015, também apresentou um novo par de noivos.

O fato de até o pedido de casamento ter sido repetido diz bastante sobre o show: tudo sai conforme o esperado, com catarses bem profissionais.

Mas isso não é demérito para uma produção desse tamanho. A banda faz sua parte, Dave Grohl grita o máximo que pode e o público grita junto, satisfeito.

“O rock and roll está morto?”, pergunta o vocalista e guitarrista, irônico, para a multidão. No meio dos gritos, ele enfia um solo à la Chuck Berry em “The Pretender”. A cena é pretensiosa, mas ele tem mesmo o mérito de ser uma das bandas que mantêm o estilo “vivo” para o grande público.

Grohl segue sua vocação de labrador humano do rock. Não dá para subestimar sua empolgação, vontade de agradar e carisma. Na segunda música do show ele já estava correndo feliz e todo molhado por ter cuspido água na própria cara.

Ele diz que a plateia é a melhor de toda a turnê. Todo mundo acredita. Mas o show teve mesmo momentos especiais, pelo menos em relação ao Rio duas noites antes. “Big me”, do primeiro disco, não tinha rolado lá, assim como a nova “Dirty water”, com as ótimas vocalistas de apoio.

Há muito jogo de cena, como uma plataforma em que o baterista Taylor faz um solo e canta “Sunday Rain” e outro longo trecho em que Dave apresenta a banda e faz covers de Queen, Rolling Stones e outros.

Tirando as gracinhas, dava para resolver o setlist em uma hora e meia. Mas ninguém reclamou de passar mais tempo com Dave, o querido labrador.

Queens of the Stone Age

Josh Homme esteve mais simpático que o normal no show de uma hora e 20 minutos do Queens. Pode ser só um esforço para melhorar sua imagem após chutar uma fotógrafa em dezembro.

Ainda assim, o Joshinho paz e amor agradou.

A banda entrou cinco minutos antes das 20h, hora marcada do show. Ainda estava vazio, mas sem clima de abertura: público reverente, som alto e uma decoração de palco especial (até demais). Eram bastões iluminados que parecem saídos de um carro alegórico de Paulo Barros.

Josh entra dançado com “If I had a tail”. Depois, coloca um bastão decorativo entre as pernas e dança mais em “Feet don’t fail me”. Deve ter cumprimentado o público e sorrido mais vezes que nas suas outras cinco turnês no Brasil.

As cinco músicas do disco mais recente, “Villains”, funcionam até melhor ao vivo. Elas têm mais groove sem perder o peso (fruto da parceria com o produtor Mark Ronson). Especialmente “The way you used to do” faz o público balançar sem perder a pose roqueira.

A banda, como sempre, não entrega todas as músicas mais conhecidas no setlist (desta vez faltou “The lost art of keeping a secret”, “Feel good hit of summer” e “Millionaire”, por exemplo). Estão mais acessíveis, mas sem perder toda a marra. E, o principal, ainda potentes.

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